Monday, May 7, 2007

AS ELEIÇÕES NA MADEIRA

Eleições a sério foram as francesas.
Eleições a brincar foram as realizadas no mesmo dia na Madeira.
Estas tiveram como causa próxima uma lei da República que limita os gastos que Alberto João Jardim estava habituado a fazer "à tripa forra".
Com a lei ficaram zangados Jardim e os 90.000 eleitores que votavam nele (poucos mais do que os da minha freguesia do concelho de Gaia).
Essa originalidade de provocar umas eleições para pôr em causa uma lei julgada pelo próprio como desfavorável saldou-se por um dispêndio de dinheiro superior ao que foi gasto na eleição do Presidente da República.
Quer dizer: em vez de poupar, Jardim gastou mais; gastou sem nenhum sentido, porque a Lei das Finanças Locais não vai ser alterada.
Embora ele agora nos diga que com a força dos 90.000 votos está em melhores condições de respeitosamente reclamar do "Senhor Presidente da República", não se sabe como, uma alteração da dita lei (antes, o Senhor Presidente da República era o "Sr. Silva", desobedecido quando afirmava que o período de campanha eleitoral não se destinava a sucessivas e disparatadas inaugurações).
Aqui só há um problema, que é o da dignidade das instituições democráticas. E que, além do comportamento firme de quem está ao leme da República exige ainda uma comunicação social que saiba valorar a correcta actuação democrática e não o puro espectáculo.