Wednesday, February 6, 2008

INCONTINÊNCIA VERBAL

O ex-bastonário da Ordem dos Advogados, José Miguel Júdice, disse ontem na televisão, referindo-se ao actual bastonário, que ele era “demagogo” e “populista”, adepto de Mussolini e que sonhava vir a ser candidato a Presidente da República, por oposição a Cavaco Silva.
Quando se vasculhar a vida do actual bastonário – vai ser vasculhada à lupa, de molde a abranger qualquer falha fiscal -, creio que dele não poderá dizer-se que, quando mais jovem, alinhou nas hostes fascistas antes de aparecer hoje na veste de esquerdista.
O Dr. José Miguel Júdice ainda não quis perceber que o actual bastonário é o lídimo representante da classe – trava exactamente a luta que a maioria dos advogados entende que deve ser travada, diz hoje, no mesmo estilo, o que disse antes das eleições e por isso as ganhou rotundamente.
Por respeito para com os colegas de profissão devia o Dr. Júdice abster-se destes continuados ataques descabelados, sabendo demais que o seu sucessor não está disposto a retorquir-lhe, respondendo a incontinência com uma atitude de continência.
Mas a incontinência verbal na televisão não é hoje monopólio da classe tida por mais inculta.
Veja-se o exemplo do Director da Polícia Judiciária que acabou por admitir ter sido menos ponderada a constituição de arguidos no processo mais mediático em curso e percebe-se assim melhor o que o bastonário pensa daquela instituição.

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