Tuesday, November 18, 2008

A LUTA DOS PROFESSORES

A escola pública não a vemos sob o seu verdadeiro ângulo – que é o dos alunos, que é o da eficiência do ensino.
Se os alunos aprendem ou não não é assunto que nos diga respeito, porque os nossos netos frequentam hoje as escolas privadas ou, quando excepcionalmente estão na escola pública, têm a protegê-los explicadores particulares.
Mas já os professores, esses sim, ou são da nossa família ou nossos amigos, gozam por isso da nossa simpatia, gozam do manifesto favor da comunicação social e até se podem dar ao luxo, pelo seu estatuto social, de poderem fazer manifestações em Lisboa todos os meses.
E com essas manifestações de rua – de 120.000, disse uma vez o sindicato e passou a ser esta uma verdade indiscutível - pretendem forçar o Governo a desistir da peregrina ideia de os avaliar e os promover em função do trabalho e do mérito.
E se o Governo, que tem a legitimá-lo milhões de votos, não obedece às imposições dos tais 120.000, é acusado de autista e de prepotente, é acusado de recusar o diálogo, linha-mestra de uma política socialista.
Todos sabemos que o sistema de avaliação é burocrático e é incorrecto e que há necessidade de o corrigir. Mas para isso é necessário que haja interlocutor e que este aponte alternativas válidas, o que até agora não aconteceu (com este Sindicato que comanda os professores não se vai a sítio nenhum).
Nota final : quando se governa a pensar em votos, está a abrir-se o caminho para uma derrota eleitoral.

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