Li hoje no jornais que aquele indivíduo que numa Esquadra da Policia do Algarve despejou meia dúzia de tiros num outro que contra ele pretendia apresentar queixa não foi submetido a prisão preventiva pelo juiz que o ouviu.
Não sei as razões por que foi mandado em liberdade, mas o crime cometido – tentativa de homicídio – era passível de prisão preventiva.
Atitudes como esta por parte de juizes significam, objectivamente : a desmotivação da polícia, que vê posto em liberdade quem dá tiros mesmo dentro das suas instalações, pondo em risco a vida dos próprios policias; a motivação e o alento dado aos criminosos, que verificam que despejar uma arma de fogo sobre outro ser humano não é um facto grave, a merecer punição severa.
Vejo na Televisão com um encolher de ombros sucessivos debates, em que apregoados especialistas nos dizem como é que há-de ser travada a luta contra esta onde de crimes – e depois de cada debate o crime aparece multiplicado, para gáudio da comunicação social, que encontra aí notícias fáceis para nos entreter.
Horroriza-me que os partidos da Oposição façam deste tema sensível matéria de lucro partidário, como se a polícia que temos, a investigação que temos ou os magistrados que temos tivessem sido fabricados por Sócrates.
Esta onda de crime combate-se sem histeria, de cabeça fria. E só terá êxito se os criminosos perderem a sensação de impunidade – hoje parece que assaltar uma bomba ou um banco é um facto comezinho, de realização fácil, normalmente sem consequências, tido até como heróico por certa comunicação social.
Mas se a policia começar a prender os assaltantes – e hoje já há um maior êxito neste campo –, se a Televisão der às prisões o mesmo relevo que dá aos assaltos (embora aquelas sejam menos relevantes do que estes como notícia), se a investigação criminal for mais eficiente e, sobretudo, se os julgamentos e condenações não forem remetidos para as “calendas gregas” – estará encontrado, como todos sabemos, o caminho da luta eficaz contra o crime.
O agravamento das penas ou a prisão preventiva a rodos não resolvem problema nenhum.
Servem apenas para uma certa Direita travar a sua luta política.
E, depois, temos que meter na cabeça : as sociedades modernas são mais perigosas do que o mundo rural.
Mas eu lembro-me sempre de que há mais de 50 anos, quando na província iniciei a carreira como agente do Ministério Público, tive de debater-me num curto prazo com três crimes de homicídio (à sacholada e por causa das águas, que era essa a luta na altura). Só que estes homicídios não eram notícia dos jornais, é como se não existissem e as pessoas viviam assim em tranquilidade.
Não sei as razões por que foi mandado em liberdade, mas o crime cometido – tentativa de homicídio – era passível de prisão preventiva.
Atitudes como esta por parte de juizes significam, objectivamente : a desmotivação da polícia, que vê posto em liberdade quem dá tiros mesmo dentro das suas instalações, pondo em risco a vida dos próprios policias; a motivação e o alento dado aos criminosos, que verificam que despejar uma arma de fogo sobre outro ser humano não é um facto grave, a merecer punição severa.
Vejo na Televisão com um encolher de ombros sucessivos debates, em que apregoados especialistas nos dizem como é que há-de ser travada a luta contra esta onde de crimes – e depois de cada debate o crime aparece multiplicado, para gáudio da comunicação social, que encontra aí notícias fáceis para nos entreter.
Horroriza-me que os partidos da Oposição façam deste tema sensível matéria de lucro partidário, como se a polícia que temos, a investigação que temos ou os magistrados que temos tivessem sido fabricados por Sócrates.
Esta onda de crime combate-se sem histeria, de cabeça fria. E só terá êxito se os criminosos perderem a sensação de impunidade – hoje parece que assaltar uma bomba ou um banco é um facto comezinho, de realização fácil, normalmente sem consequências, tido até como heróico por certa comunicação social.
Mas se a policia começar a prender os assaltantes – e hoje já há um maior êxito neste campo –, se a Televisão der às prisões o mesmo relevo que dá aos assaltos (embora aquelas sejam menos relevantes do que estes como notícia), se a investigação criminal for mais eficiente e, sobretudo, se os julgamentos e condenações não forem remetidos para as “calendas gregas” – estará encontrado, como todos sabemos, o caminho da luta eficaz contra o crime.
O agravamento das penas ou a prisão preventiva a rodos não resolvem problema nenhum.
Servem apenas para uma certa Direita travar a sua luta política.
E, depois, temos que meter na cabeça : as sociedades modernas são mais perigosas do que o mundo rural.
Mas eu lembro-me sempre de que há mais de 50 anos, quando na província iniciei a carreira como agente do Ministério Público, tive de debater-me num curto prazo com três crimes de homicídio (à sacholada e por causa das águas, que era essa a luta na altura). Só que estes homicídios não eram notícia dos jornais, é como se não existissem e as pessoas viviam assim em tranquilidade.

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