Monday, June 30, 2008

O ORDENADO DO MEU BASTONÁRIO

Eu sabia antes, na campanha eleitoral, que pretendia exercer o cargo em exclusividade, sendo pago pela Ordem no exercício das funções.
Fiquei a saber hoje que lhe foi atribuído o ordenado de 6.000 Euros, em paralelo com o vencimento do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Procurador Geral da República.
Sofre esse vencimento os descontos legais para impostos e destina-se a cobrir, além do mais, a transferência da sua residência de Coimbra para Lisboa durante os anos do mandato. Houve aqui manifestamente moderação.
Mas o cargo de Bastonário, exercido em simultâneo com a profissão, é um chamariz para que lhe apareçam papalvos dispostos a contratá-lo a qualquer preço, de acordo com este raciocínio simplista: “se a classe o escolheu é por ser o melhor de todos.” Ser Bastonário a tempo parcial é que é rendoso.
Mais : se o Bastonário exerce o cargo sem mostrar acomodação aos poderes constituídos e se não faz vénias aos poderosos, não está a construir para si um futuro radioso e corre até o riso de ser considerado louco (sobretudo por quem “anda de cócoras” perante quem manda).
A independência é um luxo que se paga caro.

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